O
pagode é um gênero musical brasileiro originado na Cidade de Salvador, a
partir da cena musical do samba dos fundos de quintais, muito comuns no
subúrbio da cidade. Esta é a forma pejorativa e preconceituosa que esta
palavra assumiu.
Na
verdade, o pagode não é exatamente um gênero musical. Pagode era o nome
dado às festas que aconteciam nas senzalas e acabou tornando-se
sinônimo de qualquer festa regada a alegria, bebida e cantoria. Prova de
que o nome em nada tem a ver com o ritmo, é a música Pagode de Brasília
gravada por Tião Carreiro em 1959, cuja roupagem em nada lembra nenhuma
das variações do samba.
O
termo pagode, começou a ser usado como sinônimo de samba por causa de
sambistas que se valiam deste nome pra suas festas, mas nunca o citaram
como estilo musical.
O
pagode designa festas, reuniões para se compartilhar amizades, música,
comida e bebida. Surge como celebração do samba em meados do século XIX e
se consolida no século XX no Brasil. Mesmo antes já eram celebradas
estas festas em senzalas de escravos negros e quilombos. Com a abolição
da escravatura e fixação dos negros libertos no Brasil e que têm uma
relação intrínseca com o sincretismo de religiões de origem africana,
como o candomblé, a umbanda -
o pagode se consolida com a necessidade de compartilhar e construir
identidade de um povo recém liberto, e que precisa dar outra função ao
corpo que até então é somente instrumento de trabalho. Por isso a
relação estreita entre música e dança na cultura de origem africana,
além do fato de ter a síncopa como principal característica da construção técnica-musical, derivada da percussão marcadora do ritmo brasileiro. |
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